quarta-feira, 1 de abril de 2009

COMO AS MULHERES, OS GAYS E O GLAMOUR INFLUENCIARAM A HOLLYWOOD DOS ANOS 30?

RESUMO

O propósito deste artigo é realizar uma análise histórica-semiótica sobre os filmes, a crítica cinematográfica e as imagens fotográficas que estão disponíveis sobre Hollywood nos anos de 1930। As produções cinematográficas desse período são de suma importância para a história da humanidade, pois foi no referido que tivemos a passagem do mudo para o sonoro e do preto e branco para o colorido, além de uma inserção grande de atrizes advindas do continente europeu em fuga, devido à perseguição nazista aos judeus। Mas, além disso, em termos gerais

Palavras-chave: cinema, mulher, homossexualidade, glamour, Hollywood.


É A ARTE FORMADORA DE OPINIÃO OU MASSA DE MANOBRA?

Nos primórdios do século XX tínhamos apenas o cinema mambembe ou o cinema circo, mas com o passar dos anos essa arte tão cultuada nos dias de hoje ganhou outros ares, já na União soviética de Lênin ela afirmava que
“O cinema é para nós o instrumento mais importante de todas as artes”, pois o utilizava como forma de fortalecimento de seu partido e de uma república de proletariados recém conquistada por uma revolução.
Com todas as evoluções do cinema durante mais de 25 anos do século passado, tivemos talentos como um Griffith, ou um Hitchcock e mesmo os Irmãos Lumiére que fizeram muito pela divulgação do cinema em todo mundo, até mesmo trazer seu modelo de entretenimento para o Brasil da República do Café com Leite.
Passados os primeiros anos da nova arte e de seu espetáculo e curiosidades iniciais começaram a surgir artistas preocupados com sensos estéticos mais apurados, tais como Fritz Lang ou Adolf Zukor, esse extremante importante para o estudo da Hollywood dos anos 30.
Mas foi somente na década de 30, é claro não se esquecendo de “A Birth of a Nation” de 1915, que além de ser um filme político também pregava a eugenia, uma ciência que estava em seus primórdios, mas que já estava por convencer muitos de seus conceitos esdrúxulos comparados com os padrões de direitos humanos que passamos a viver após a Segunda Guerra Mundial.
Temos então o surgimento dos cabarés de Jazz que foram rechaçados pela falsa moral, tanto norte-americana como na Alemanha de Hitler. Nesses lugares de música, bebidas e luxúria era onde se encontravam todos aqueles que amavam as artes, gays, mulheres, intelectuais. Foram considerados imorais por décadas, todos os que ousaram adentrar em tal lugar onde a música e a libertinagem imperavam como vemos nos filmes “Chicago” de 2002 e “Victor or Victoria” de 1985.
Mulheres e homossexuais sempre foram culpados por todos os danos causados em toda a história da humanidade, “A culpa da queda dos Impérios Greco-romana foi dos sodomitas, adeptos do amor grego” dizia Friedrich Nietzche, “Foi Safo quem viciou todas as mulheres da Grécia Helênica” afirmou São Thomas de Aquino e por aí vão as afirmações contra mulheres e homossexuais. Mas esquecem-se esses de que Shakespeare um dos maiores dramaturgos de todos os tempos junto com Oscar Wilde também eram adeptos do amor grego e nem por isso suas obras são menos lidas ou comentadas, isso sem falar em Da Vinci, Michelangelo, e muitos outros.
O objetivo principal deste artigo é desmistificar alguns mitos que pairam sobre personagens e momentos da história do cinema em especial dos anos 30 do século XX, isso não quer dizer que nem sempre tivemos personagens controversos, mas não cabe nessa análise comentarmos sobre tão extenso. Nosso foco restringir-se-á a Hollywood dos anos 30 seus ícones, glamour, personagens e segredos que não estão em todos os livros de história, mas será feito o possível para que sejam aqui revelados.

EXISTIU UMA SUBCULTRA GAY NA HOLLYWOOD DA IDADE DE OURO OU FOI APENAS INTRIGA DOS BASTIDOS?

O que muitas pessoas fica imaginando em pleno século XXI é como os gays se comportavam no passado, ou mesmo se existia algum tipo de vida social que os integrava ao resto da comunidade atuante. Se Baseado em livros de antropologia e história é pode-se perceber que em algumas partes do planeta essa vida social era bem agitada, e uma delas era Los Angeles. Isso da após muitos refugiados judeus terem fugido da Europa dominada pelo nazi-facismo, onde existiu uma séria perseguição contra esse povo que já vem sendo persegui há séculos. A acolhida por esses amantes da arte e com dinheiro em Hollywood foi muito bem vinda, já que havia poucas pessoas com capital e vontade para investir numa nova arte e que muitas das vezes não agradava a todos e que vivia a fazer experimentos, como no caso da mudança do silencioso para o sono em 1929 com o “The Jazz Singer”. Era muito difícil para muitos acreditarem que a voz era realmente dos atores e que tipo de trabalho era aquele, pois a partir daquele momento o cinema passou a competir com o teatro.
Em sua maioria os homossexuais que habitavam a Alta Califórnia, praticavam profissões relacionadas á arte, tais como: figurinista, designer de costumes, maquiador, cabeleireiros, roteiristas, produtores. Eles praticamente dominavam o mercado artístico dentro da indústria cinematográfica, e inclusive para outras pessoas de fora desse grupo social adentrarem, muitas das vezes tinham que se fingir de algo que não eram, ou seja, que eram homossexuais, para poder garantir seu emprego num estúdio na glamurosa Hollywood de 1930.


REREFÊNCIAS

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